A PROCELA
Não tem amor a lúgubre procela,
Nos vendavais há fúria, dor e medo.
Quem vive vendavais sabe o segredo
Dos ventos que ressoam em suas velas...
O mar é a imensidão, e aqui estamos,
E as vagas rotas correm como loucas
Serpentes a rolar sobre o oceano,
A nau ressurge ao baque, enfrenta a proa
A fúria de Netuno, e ao alto, irado,
Um outro deus com a espada incandescente
Dos céus faz dois pedaços separados...
No mar a tempestade assume o leme.
E o nauta clama aos céus pelos cuidados,
Chora, reza, respira fundo e treme.
Geraldo Altoé