A flor
Dor, a minha, o sol da alma purifica
Eis que a janela se abre e tu me vens
Nesta forma de brilho, chuva e nuvens
Despejando um amor que vivifica
Amor, este, o seu, quanto o meu, hoje urge
No matiz que se criou nos sentimentos
Desde o solo, até o ar, eu acrescento
A emoção que nos teus olhos ressurge
A flor, que um dia, então muda renasceu
Tanto a quis, como a quis, mesmo se morta
Fez-se dentro a lembrança do amor seu
Co' o pólen que no peito estampa flores
Há de abrir, renascida, nova porta
Para um jardim, meu-seu, co' o céu de amores