PAÍS, PAÍS
Diz-se “país à beira-mar plantado”
Com um estranho aroma de maresias,
Mas o que mais se vê são porcarias
Que até o mar se afirma revoltado.
Melhor estaria atrás das serranias,
Suas águas dariam outro achado
E o ar das serras, quase que sagrado,
Faria bem às suas pneumonias.
Plantados foram verdes pinheirais
Que as fainas suportaram e as barcaças
Derivaram p´ ros vícios e desgraças
E as gentes lusas não resistem mais …
País plantado à mercê dos temporais,
À mercê de piratas e corsários,
Perdido por entre as névoas dos falsários
Esp´ rando o Desejado uma vez mais.
Por tais caminhos e veredas mil …
Para quando, ó País, um novo Abril?
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA