Os meus eternos desalentos
Tenho sonhos que já não posso realizá-los,
E para mais ficar desagradado e triste,
Ainda levo mais uns quantos bons estalos
Do pesaroso amor que em mim sempre persiste.
Tenho sonhos que já não posso perdoá-los,
Pois são como um atroz pesadelo que insiste
Em me apertar o corpo e a mente e até os calos,
Na imensa e dura dor que de mim não desiste.
Que pesaroso amor dos tristes meus lamentos,
De minha alma agoniada em lágrimas tão secas
Como o choro do vento ardente no verão.
De nada servem meus imensos pensamentos,
Pois eles são iguais por lavar às cuecas,
Tal como são as más dores do coração.
Ângelo Augusto