Tentaculares sombras me consomem

Tentaculares sombras me consomem

O corpo, o quarto, a noite, a paz, a mente

E, como elas vêm, vão-se de repente

E deixam só o desperto e frágil homem.

A concha fecha os olhos novamente,

Dessabe os cefalópodes que a comem.

O sono vem; os monstros cedem, somem,

Morrem e retornam só pós-Sol poente.

No limbo da consciência eles espreitam,

Alimentam-se mais, cada vez mais

E então, fartos, no escuro eles se deitam

Sem perceber que, mesmo em noite aflita,

Heróis da minha amada Celephaïs,

Na paz dos sonhos, juram-me vindita.

Felipe Tavares Teixeira
Enviado por Felipe Tavares Teixeira em 10/01/2017
Código do texto: T5877863
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