Tentaculares sombras me consomem
Tentaculares sombras me consomem
O corpo, o quarto, a noite, a paz, a mente
E, como elas vêm, vão-se de repente
E deixam só o desperto e frágil homem.
A concha fecha os olhos novamente,
Dessabe os cefalópodes que a comem.
O sono vem; os monstros cedem, somem,
Morrem e retornam só pós-Sol poente.
No limbo da consciência eles espreitam,
Alimentam-se mais, cada vez mais
E então, fartos, no escuro eles se deitam
Sem perceber que, mesmo em noite aflita,
Heróis da minha amada Celephaïs,
Na paz dos sonhos, juram-me vindita.