POESIA ESPADARTE
“Soneto-epigrama para José Manuel Sá”
Ser espadarte neste Sado ou no Mondego
Minha poesia tem que ser em estado puro
Pois que lá, em mar-alto, não há aconchego
E o combate terá que ser muito mais duro.
No mar-alto o combate é com os tubarões
Nos estuários é tão só com a poluição;
Em estado puro… só se houver mais condições
Mas, por aquilo que vejo, não há mesmo, não.
Pelo sim, pelo não, antes quero o mar-alto
Confiarei, convicto, nesta minha espada
Deixo a poluição, vou à luta em sobressalto,
Poesia-espadarte… antes isso do que nada.
Para haver Poesia ou para se poetar,
Na postura entre o “naif”e o convencional,
Tanto o poderá ser num rio como no mar
Pois Poesia, se o é, há-de ser natural …
Em «mar alto» é muito mais digno combater
Do que em abjecta poluição vir a perecer!
Frassino Machado
In ODIRONIAS