O ASTRO REFULGENTE
“Em louvor de Mário Soares”
Apagou-se de vez o Astro proeminente
Que o país ilustrou em situações profusas
Qual voo de condor sobre montanhas lusas
Dando-lhe um rumo certo e tão clarividente.
Montanhas íngremes, agrestes e escarpadas
Eram as circunstâncias que só tu sabias,
Mário, e – como fixe que eras – conhecias
Levando-te à vitória apesar d´ enviesadas.
Largo horizonte se estendia à tua frente,
Recoberto por vezes de névoas difusas,
Era por ti rasgado de ideias conclusas
Num luminoso azul com aura refulgente.
É por todos reconhecida a tua hombridade,
Nunca a qualquer combate reviraste o rosto
E sempre, sempre, nem que fosse a contragosto,
Era o teu lema a culta e santa liberdade.
A tua marca, ó Mário, veio para ficar
Pois, num máximo gesto d´ ampla tolerância,
Provaste ser viável na humana militância
O teu “só é vencido quem desiste de Lutar!”
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA