Argumento à seresta
Em novelos os passos da loucura
Sem paz, vestindo a eternidade
Às sombras dos astros em amargura
Gravitam os contornos da saudade.
Mãos opinam alheias as falas... tecem
A procurar nos sons o que lhes dê abrigo
No violão dolente a chorar comigo.
Às notas do réquiem que reconhecem.
Se ao menos o futuro se abrisse
E nele em dois mundos eu me visse
Ser eu a tênue luz adentre à fresta.
Da imensidão que descansa à cabeceira
Meu corpo não seria o que se esgueira
A acordar na alma da seresta.
31.07.2007