Argumento à seresta

Em novelos os passos da loucura

Sem paz, vestindo a eternidade

Às sombras dos astros em amargura

Gravitam os contornos da saudade.

Mãos opinam alheias as falas... tecem

A procurar nos sons o que lhes dê abrigo

No violão dolente a chorar comigo.

Às notas do réquiem que reconhecem.

Se ao menos o futuro se abrisse

E nele em dois mundos eu me visse

Ser eu a tênue luz adentre à fresta.

Da imensidão que descansa à cabeceira

Meu corpo não seria o que se esgueira

A acordar na alma da seresta.

31.07.2007

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 31/07/2007
Reeditado em 01/08/2007
Código do texto: T587554
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