COPO LAGOINHA

COPO LAGOINHA

Qualquer cerveja é sempre mais gelada

Quando servida n'um copo lagoinha,

Que meio sujo de pinga descaminha

Conversa que começa atravessada.

Ser belo-horizontino -- enfim... -- ou nada!

Tem a ver com beber bem de noitinha

Enquanto a alvorada se avizinha

Esbranquiçando os céus da madrugada.

O vidro canelado nos rebrilha

Os olhos de insuspeita maravilha

Enquanto a mente gira e o mundo roda.

A cidade, silente, agora dorme.

E as luzes a revelam tão disforme

Que me perco em Drummond e a coisa toda!

Belo Horizonte - 22 05 1999