OUVINDO AS VAGAS
Ouve, Inês, o mar quando murmura
Não sabes o que diz naquele instante...
Às vezes é a poesia, é a ternura,
Às vezes sentimento dos amantes...
É que ao bater as vagas faz-se em dores,
Que vem doer na gente que o aprecia,
A mim não trazem as vagas alegria...
O mar me lembra, Inês, os meus amores.
Amores que passaram pela vida;
Amores que sequer pude tocar;
Amores que eu bebi doce a saliva.
Também falava o mar batendo as vagas
Dos teus cabelos longos, teu olhar...
Dos beijos que pedia-te e negavas.