Medo
Da poesia ao conto, todo mundo tem um ponto de receio
A criança se assusta com o escuro, e busca abrigo
A humanidade respira perigo, cria trevas mesmo no recreio
E carrega consigo ainda a ferida aberta da expulsão do paraíso
Há gente que diz não temer nada, só não conhece a estrada
Nesta vida, vida cão, desconheço o irmão que nunca reclamou de nada
Uns tem medo de falar, outros de cantar, tantos outros de agir, sofrer
De viver por conta da morte, mas negar a vida é morrer
E você que teme o agora, busque um motivo sem demora, um antídoto
O amor respire fundo, estamos vivos no mundo pra vencer a espada
É válida a caminhada, de tropeços e espinhos se o amor nos é porto.
Se somos medo, vamos tratá-lo muito bem, bater-lhe a porta na cara
Os corações de fé revolucionaremos botando-lhes amor também
Como pode espinhos que fere, vencer a flor que perfume nobre exala?