AS AGRURAS DE INÊS

Não tive, Inês, as mesmas coisas tuas,

Fitando o mar, Inês, vendo a poesia

Que apontava aos céus: a noite em lua...

E aos lábios teus sentindo noites frias:

Nos doces lábios teus o amor fugia.

Não eras a Inês, nem a alegria...

E eram os gostos teus, em mesmas ruas

Que tanta vez beijei-te as pernas nuas.

Tu foges, como o doce passarinho

Que a ave de rapina o ceifou...

Minha alma abandonas no teu ninho...

E fazes mal a alguém que tanto amaste,

E não te importas vê-lo assim sozinho...

Por quê Inês, por quê me abandonaste?

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 02/01/2017
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