AS AGRURAS DE INÊS
Não tive, Inês, as mesmas coisas tuas,
Fitando o mar, Inês, vendo a poesia
Que apontava aos céus: a noite em lua...
E aos lábios teus sentindo noites frias:
Nos doces lábios teus o amor fugia.
Não eras a Inês, nem a alegria...
E eram os gostos teus, em mesmas ruas
Que tanta vez beijei-te as pernas nuas.
Tu foges, como o doce passarinho
Que a ave de rapina o ceifou...
Minha alma abandonas no teu ninho...
E fazes mal a alguém que tanto amaste,
E não te importas vê-lo assim sozinho...
Por quê Inês, por quê me abandonaste?