DÁ-ME

Dá-me de beber da lágrima sentida

segregada ao cruel esquecimento.

Quero na fonte da dor provar da vida

única centelha em raro ensinamento.

Dá-me de beber da lagrima inda quente

no sulco da tua face a deslizar o sal...

Sacia minha sede nessa gota ardente,

afasta dos meus lábios todo fel do mal.

Dá-me de beber a lágrima derradeira

último tributo de uma existência:

Sangue da alma, força curandeira!

Dá-me de beber da fonte em sua essência.

Da lagrima que brota sem segredo, inteira

e se faz néctar de amor por excelência.