ALCATEIA

ALCATEIA

Homens de meia idade, solitários,

Bebendo n’uma sórdida espelunca

Divertem-se co’a tal polaca adunca,

Cujos culotes são extraordinários!...

Não têm mais ilusões, pelo contrário,

Toda a afetividade já se trunca

E livres -- antes tarde do que nunca! --

Se entregam ao instinto perdulário.

Por álcool, fumo, drogas e mulheres,

Descem a este inferninho de prazeres

Como lobos famintos rumo à caça.

Visto o cinismo qu'eles têm por guia,

Em meio a mais patética alegria,

Lhes faça rir de já qualquer desgraça.

Belo Horizonte – 08 09 2004