A MANHÃ DE AMANHÃ

A MANHÃ DE AMANHÃ

Em meio às sombras de hoje eu me deito

À espera já das luzes de amanhã.

Sono e sonho engano por mal-sã

A angústia que ora agita cá meu peito.

Eu passo a noite em claro d'esse jeito,

Co'as horas indo ao encontro da manhã...

Embora saiba ser tamanho afã

De novo pelo amor mais-que-perfeito...

Não que me negue um só conhecedor

Da noite mais escura. Todavia,

Vigílio a surpreender mais cedo o dia.

E tudo na esperança d'este amor,

Que a noite me proíbe -- longa já... --

E a manhã de amanhã enfim trará.

Belo Horizonte - 12 12 2005