Soneto da desesperança

Vejo no olhar de tantos: mágoas tantas;

Vejo no andar de muitos: muitas dores;

Nos rostos de alguns: alguns rigores,

Formando as mais temíveis das carrancas...

Daqueles exemplares benfeitores,

Só vejo os mais perversos sacripantas.

A palavra cortada nas gargantas,

Dos mais audaciosos lutadores.

Nos meros corações, tristezas meras;

Vejo o resto do amor, buscando restos;

A esperança a se cansar da espera...

Na mente alheia, alheios manifestos;

Vejo nas almas, desalmadas feras;

Nas mãos humanas, desumanos gestos...

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 22/12/2016
Código do texto: T5860642
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