Soneto da desesperança
Vejo no olhar de tantos: mágoas tantas;
Vejo no andar de muitos: muitas dores;
Nos rostos de alguns: alguns rigores,
Formando as mais temíveis das carrancas...
Daqueles exemplares benfeitores,
Só vejo os mais perversos sacripantas.
A palavra cortada nas gargantas,
Dos mais audaciosos lutadores.
Nos meros corações, tristezas meras;
Vejo o resto do amor, buscando restos;
A esperança a se cansar da espera...
Na mente alheia, alheios manifestos;
Vejo nas almas, desalmadas feras;
Nas mãos humanas, desumanos gestos...