NOTURNO II
Assim como no céu surge a lua,
A tudo envolver com luz tão bela,
Assim foi que surgiu na minha rua
A mais formosa e doce donzela...
Mas ao alvorecer, tal qual a lua,
Ela também se foi e, por sequela,
Deixou-me este vazio que acentua
A saudade que ainda sinto dela...
E a lua, ao voltar com esplendor,
Como se percebesse a minha dor,
Sai a buscar por ela sempre em vão...
E, vagando ao léu como que tonta,
Derrama lá do céu de ponta a ponta,
Suas lágrimas de orvalho pelo chão...