O jardineiro me confessou:

Que no jardim a gente respira com alma descalça,

Calça-se em terra a unha num refuçar sem fim,

Assim, a vida interior no silêncio da noite; realça,

Em valsa dançam: os verdes e os coloridos; sim.

Enfim, a pedra é imperante, um monumento frio,

O brio do nosso dentro perante uma flor se cala,

Estala a sementinha em barulho de vida qual rio,

No cio fica ereto o galho roçando em outra ala.

Abala o vento, mas a borboleta se faz tão forte,

Do norte da lagartinha ela vem fazer o seu show,

Em cada gol das bolinhas da joaninha em voo!

Entoo uma canção de vida, o cuidado é sua sorte,

O corte faz crescer, não se tem o formato primeiro,

Em canteiro me florejei ao confessar-me o jardineiro.

#Ordonismo

Uberlândia MG

***Soneto infiel - sem métrica***

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 21/12/2016
Código do texto: T5859150
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