SUÇUARANA

SUÇUARANA

O cachorro latiu. Passou alguém?

Não vi nada e ninguém na madrugada

Andar de fronte à casa pela estrada.

Quer fosse alma d'aquém ou alma d'além.

O latido era forte e alto, porém.

Fiquei a imaginar qualquer maçada:

Um paisano a pedir aqui pousada

Ou parente querendo algum vintém...

Lá fora estava um breu; noite sem lua.

Rebuliço de reses no curral

E algum vulto a cruzar todo o quintal.

Onça parda azulou na pedra nua,

Salpicando de sangue o chão de terra

Depois de molestar uma bezerra.

Sobrália - 07 07 2003