Soneto de Suplica
Nunca trato as lembranças com descaso,
Antes, padeço deste pobre carma,
Que nos compele (poetas) ao ocaso:
É a saudade inutilmente vasta.
Como se não bastasse tal maldição,
Carrego ainda, aqui dentro do espírito,
Um sentimento terrivelmente adscrito
Ás paredes deste ébrio coração
Feito de sangue, que é borrão preto
Maculando meu suposto saber
Calcado em mero achismo tolo e infantil.
Quisera eu ter forças para esquecer,
Como fez ela de um jeito tão ardil,
O amor que guardo feito um amuleto