...na mata de Mané-de-Barros
A poesia está guardada nas palavras - é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades...
__________ Manoel de Barros - 19/12/1916 - 13/11/2014 __________
*** Ao insigne poeta pantaneiro por seus cem anos de nascimento!!!
Todo barro aos pés de Manoel de Barros
Nessa epifania de signos no epitáfio...
Convém-se que o enigma não é tão fácil,
Conquanto, nesse paço asno com catarro.
Doutra maneira, vozes do bicho pantaneiro
Pantanha dormindo entre éguas e cavalos,
Atentai cavaleiro, o fosso há que cavá-lo...
Aos gritos do tatupeba ou do empreiteiro.
Tolos pelos ares, tal nuvem de gafanhotos
Metendo pau na mata. Ah, mata que se ata!
Daí, cuspe das serpes às mãos do canhoto.
Mas, dia a dia o hombre ao rés-do-chão...
Escutando spiritus de grilos saídos da mata
Nesse infindável rito da transubstanciação.