Alternativas de vida
Por não me restar outra alternativa nesta vida,
Por não ser sueco, americano e sim brasileiro,
Agora resolvi, não tem jeito – vou ser chincheiro,
Atender aos apelos da “Mãe dos Pobres”, desvalida.
Em virtude de ser homem não posso ser puta,
E por ser honrado, não posso ser prisioneiro,
O que por certo até me renderia algum dinheiro,
Ao menos enquanto preso, sem precisar ir à labuta.
Como também não sou negro, infeliz desgraça,
Muito menos gay e não aprendi a desmunhecar,
Não me resta outra opção, por causa da raça.
Vou pra Sampa, vou ser funcionário de pauta,
Requerer bolsa família e, sem nunca trabalhar,
Cortar um dedo, aposentar e levar a vida na flauta.
Por não me restar outra alternativa nesta vida,
Por não ser sueco, americano e sim brasileiro,
Agora resolvi, não tem jeito – vou ser chincheiro,
Atender aos apelos da “Mãe dos Pobres”, desvalida.
Em virtude de ser homem não posso ser puta,
E por ser honrado, não posso ser prisioneiro,
O que por certo até me renderia algum dinheiro,
Ao menos enquanto preso, sem precisar ir à labuta.
Como também não sou negro, infeliz desgraça,
Muito menos gay e não aprendi a desmunhecar,
Não me resta outra opção, por causa da raça.
Vou pra Sampa, vou ser funcionário de pauta,
Requerer bolsa família e, sem nunca trabalhar,
Cortar um dedo, aposentar e levar a vida na flauta.