SOU ONDE NÃO SOU

Sou de contornos fortes, lacônicos,

Que ocultam, às vezes, de mim mesmo

O que não devo exibir assim, a esmo,

O que é impróprio, ilícito, icônico.

Conteúdos estes que vêm, oníricos

Na forma Freudiana da latência

Subjacente ao poder da ciência

E de todo e qualquer método empírico.

No deslocamento, na condensação

A potência de agir se dá, na ânsia

Das sombras de outrora, tamponadas.

Coabitam luz e trevas, na instância

Subjetiva da razão e da pulsão

E, em fantasia, subverte-se o Nada.