...mira-se o mito
Vivemos nesse universo sem porteiras
Há tempo: as têmporas desse mundo,
Signos sanguinários tão profundos...
Em rebalde deixa-se o balde à goteira.
Descemos das torres altas da usina
Usina livre dos herois do poema...
Pois do heroi, nem trevo nem trema
Tampouco musa à mira da carabina.
Traço a traço traçamos nosso epitáfio...
Nesse paço, vã lamúria dos larápios,
Sempre antenados com o H da estória.
Porém, tudo faz parte da mesma cena...
Nesse teatro do mito que se apequena,
Mui além da ode, da glosa e da glória.
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________ Fico mui feliz com vossa interação nobre poeta Fernando Cunha Lima, homem das terras do grande Augusto dos Anjos, desde já meu agradecimento, um fraterno abraço amigo. Então eis vosso grito!
O MITO DO GRITO
"Mira-se o mito" e olha-se a história,
Crendo, não crendo neste estar aflito,
Busco a estória na qual acredito,
Guardando o grito preso na memória.
Tal mito construído, não tem glória,
Deriva como som do infinito,
É voz que se espalha no seu grito,
Seguindo ao longe a sua trajetória.
O mito que se faz do amor perdido,
Projeta-se no real acontecido,
Que se escuta numa ilusão.
Dito tal grito como passageiro,
Navega pelo ar no mundo inteiro
E morre no resteg da paixão.