Tua Senhora

Arde em meu corpo o imenso fascínio e me move

E visto a lascívia, para amá-lo, com sofreguidão,

O domínio que exerces, soberano, e a ti comove,

É o mesmo que, no espelho, reflete o meu tesão.

Eu o bebo lenta e oferto a taça dos meus seios,

Como a compactuar do elixir que nos dá a vida,

E me deleito ao prazer de lhe ofertar os meios,

A que se farte do néctar mais doce da bebida.

E é essa lembrança que me mantém na noite fria,

Quando meu corpo chama o teu e grita teu nome,

Derramando, só, sem tê-lo a dividir essa alegria;

E tão sozinha, sem tua boca a beber o meu licor,

fecho os olhos a que a saudade que me consome,

acelere o tempo e o traga, de novo, Meu Senhor.

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