FÁTUO

FÁTUO

Para de me chamar! Não vou voltar...

Pois é: O que ficou está guardado.

Eu tão-somente não me sinto amado

E aqui nunca foi mesmo o meu lugar.

Pode até ser que tenha de passar

Como atravessa um raio de lado a lado.

Fui o que pude ser, o mais é Fado:

-- “Só lamento...” -- Mas não chego a chorar.

Deixa estar qu’eu ainda serei luz

Nas pupilas de tantos olhos nus

Ainda que tão-só por um segundo.

Assim, revelar-me-ei na escuridão

Das sombras de teu vago coração

Esse amor tão imenso e tão profundo.

Betim – 15 12 2010