Vontade de Ruína

Breve decair do ser multiforme

Destruição mais que completa da essência

Numa sempre crepuscular urgência

Querendo que amorfo o outro se torne

Nessa jornada de vida e de morte

Extinguir o desejo é arrasar

Potência e ímpeto de ser um mar

De uma incerteza cada vez mais forte

E é por assim fazermos sempre que

Voltamos logo a esse mesmo ponto

Um não houve outro finge que não vê

Que o mundo teima mas no fim provê

Sabe existirmos pelo desencontro

Do amor que não soubemos esquecer