Imagin(a)ção

Que eu me avesse do cabeçalho ao rodapé,

Com ré sustenido de voz num tom vermelho,

Espelho de mim; reflexo em alta maré,

Um pontapé a me externar; um quase estrambelho.

Aconselho então a ler-me com todo cuidado,

Bocado do dentro híspido no papel,

Feito carrossel de coração desnudado,

Destravado profundo à tona num tropel.

Tem céu, tem inferno, tem meus eus em abuso,

Nada em desuso, pois tem tanta coisa sua,

Falcatrua-me o senso p’ro mundo da lua.

Usufrua cada verbo; é anseio concluso,

Nada confuso, das vísceras a fiúza,

Traduza; na imagin(a)ção a gente se cruza.

#Ordonismo

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 10/12/2016
Código do texto: T5849497
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