DO VENTO APENAS A BRISA.

Do mundo um olhar distante a vida beira o abismo,

Quantas batalhas constantes para barrar o cinismo,

Meus incômodos aumentam a isto chamam de crise,

Neste maldito existir quanta desgraça eu repriso.

Cada dia que termina me sinto um tanto aliviado,

A um novo amanhecer logo mais sou confrontado,

Este é meu padecer já parece tudo combinado,

Sem gostos neste viver sou apenas um condenado.

Nada de outra natureza nem lembranças confiáveis,

Nesta passagem só incertezas maldita sacanagem,

Se o criador detém certezas padeço desta estiagem.

Logo mais serei um sonho implementado por poucos,

Do Céu um ponto tristonho do pássaro o canto rouco,

Do vento apenas a brisa que me arrefeceu tão pouco.

LUSO POEMAS, 10/12/16