Soneto da despedida (2ª versão)
Do corpo farto de tanto abandono
Despede-se a libido pesarosa
E veste de luto a alma desgostosa
Chorando carnes, abdicando dono.
E, no seu corpo, já talhado a outono;
De voz sumida e muito vagarosa;
Apetece-lhe assobiar dengosa
Pelas noites ardentes e sem sono.
Correndo ligeiro, desertou o tempo
De emoções a dois, fortes, indecentes
Não aceitando, já, qualquer contratempo.
Das vontades e desejos urgentes
Viuvaram carnes sem passatempo…
Luto semelhante ao de outras gentes.
SON/75
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In "Sonetando" Modocromia Editora
EPNEI/61
In “Encontro de Poetas da Nossa Escola”
AAETEC 24/01/2007