A Dança Platônica
Sob a hipnose extática de um sopro sereno
Sobre a aurora banhada na noite, eu penso
Nos olhos fixos em desagregador dissenso
Ao fitar-me com atenção de fora para dentro
Neblina o raciocínio e infla o peito cálido
Os pés não andam e as mãos não pegam
Os vis devaneios fortemente se apegam
A síntese de minha vida é este momento
Ao soar o sino do universo em tom filosofal
Projeto do som a voz do espírito animal
De um fantasma alquimista d'ouro invisível
Na tempestade, o grito da ilusão sentimental
Desbarata a mente que, em estado maquinal,
Engrada a realidade em um sonho impossível.