MATANDO AS SAUDADES...
Resolvi no meu interior penetrar
Remexer nos cacos espalhados
Deixados ao acaso emaranhados
Com os versos tristes do meu poetar
Analisei-os de longe do portal
Pude vê-los tristonhos aqueles sonhos
Mortais na alma saudosamente vitral
Cortavam-me os risos mais bisonhos...
Gélidos semblantes que eles tinham
Ficaram para trás junto com o q' me nutriam
Matei então, as saudades que lá continham
Dum passado tenebroso criado no lodo
Lodo de sonhos destrutivos feroz engodo
Espinhos enfurecidos q' vez ou outra, podo...
(Simone Medeiros)