Espelhos
 
Não importa que me distorças
Que de fuligem me borres a figura
Afeto-me menos à essa altura
Parcas que andam as minhas forças
 
A estética rítmica do teu porte
Quase não mais me apetece
Abdiquei das riquezas que prometes
A cada parada ou corte
 
Se minha fosca imagem repetes
Qual semblante de falido consorte
Talvez seja essa a minha sorte
 
Espelho e poesia declinam de trotes
Estampam verdades nítidas e fortes
As paixões e ilusões poéticas