O VAZIO
Dentro de mim a vida sucumbiu,
Como o sopro do vento seco e forte,
A anunciar o tempo desta morte
Que em vida nunca mais ninguém a viu!
Sou a sombra de alguém que já sorriu
E de alguém que jamais viveu com sorte,
E que apenas levou o passaporte
Dum efémero sonho que sumiu.
Sou o nada que já voltou ao nada,
Como uma eterna sombra condenada
Na escuridão do mundo tenebroso.
Pois desapareceu de mim a luz
Da vida que conduz e reproduz
O meu completo ser misterioso.
Ângelo Augusto