O FUNERAL
Dentro do meu caixão carrego o sonho
Que não pude vivê-lo nesta vida,
Duma felicidade já proibida
Que me deixou o olhar tão enfadonho.
De tanto amar assim não me envergonho,
Na colossal paixão em mim nascida,
Do meu enorme coração suicida
Que em inúmeros versos vãos componho.
A vida é assim! O tempo já passou
E tudo de melhor em mim levou,
A arrepiante partida da esperança.
Chorou o vento, o sol ficou sem brilho,
A água parou e a terra mais um filho
Levou à morte, que jamais se cansa.
Ângelo Augusto