Versos molhados - Soneto.
Eu, ainda molho meus versos pra você chorando.
Ainda, com minhas lagrimas inspiradas e mornas
Na esperança que elas frutifiquem em teu peito
Uma leve, ou uma doce tênue esperança de afeição.
Para quê, trocarmos de becos, caminhos e avenidas agora?
Se lá adiante nossos sonhos e nossos passos se cruzaram
De novo no mesmo horizonte das estradas empoeiradas.
Para que fugir do nosso destino, traçado na tabua da lei.
Se eu ainda molho os versos pra você chorando.
Sobre a carteira que bato com um malhete, ecoam
Batidas descompassadas e fortes em versos regados.
Estradas arborizadas com pássaros e flores a enfeita-las.
Sonhos intensos armazenados em bornais de paixão,
Guardados no infinito ardente de brasas em acesas.