EM ABSTRACTO

EM ABSTRACTO

Pelo infinito pus meus pensamentos

Em cartesianos pares ordenados.

Onde inertes sistemas bem fechados

Eu os houvesse já sem incrementos.

Não me admira que em todos os momentos

Em face d’estes eus ali passados,

Reconheci-me rostos mascarados

A encenar-me d’outrem os movimentos.

-- “Meu Deus! Será que o meu eu é o meu?” --

Penso, sinceramente, se sou eu

Ou se sou de mim mesmo personagem...

Ou não... Não mais que alguém que se perdeu

Dentro de sua hermética mensagem

No espelho a refletir a própria imagem.

Belo Horizonte - 27 09 1998