FOGO MORTO

FOGO MORTO

FOGO MORTO

O amor ardera até me reduzir

A cinzas de desejo ora apagado.

Qual engenho de fogo morto, o Fado

Fez-me ruína e pó sem mais porvir.

E o pouco que me resta é refletir

Sobre as contradições de meu estado...

Embora extinto o incêndio, rescaldado,

Meu corpo é calentura a ir e vir.

Levando-me a alegria e toda calma,

O amor ao me inflamar a essência d’alma

Esvaziara-me até a última gota.

Não vejo qualquer Fênix renascida

No sinistro que agora arrasa a vida.

Vejo apenas os campos da derrota...

Gov. Valadares - 31 03 1994