SONETO - DITA A DOR
DITA A DOR
Hoje, depois de passadas essas nove décadas,
Ainda que tardia e de forma branda e alvissareira,
Anuncia-se o apagar da brasa que em Cuba encandeia
Uma nação, com corações dilacerados no tempo...
De seres humanos em existência desumana.
Traidor de suas próprias tropas e leais fileiras,
De homens e mulheres extremos e devotados,
Ceifou a vida de milhares de correligionários,
A ferro e fogo traçou o destino de seu sofrido povo,
Como se o futuro e a vida desses lhe pertencesse,
Vivendo em berço d’ ouro com uma fortuna imensa.
Mas de nada lhe serviu agora essa tamanha riqueza,
Ditaste a dor, assassino, monstruoso como demo,
Jaz agora, queimando no fogo do inferno, vil tirano!
Urias Sérgio de Freitas.