(Imagem do Gogle)
EM UM DIA QUALQUER...
Odir Milanez
Há um choro na cara da menina,
há um pranto escondido na do pai,
há um sim no cultor da medicina,
há um não, que dos lábios da mãe sai.
Há um carro à espera, numa esquina,
de uma família. Há o sangue que se esvai
do vago ventre. Há um pai que se domina,
há uma mãe que vacila a vida, e cai.
Há, no velho hospital, o desconforto.
Há um doutor que odeia a quem aborta.
Há um velho escalpelo, todo torto.
Há uma sala surda. Após a porta,
há uma filha que fala ao feto morto,
há um pai que se apega à esposa morta!
JPessoa/PB
24.11.2016
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e o versa em versos à vida...
odirmilanez.blogspot.com
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