NEGAÇÃO DE MIM

NEGAÇÃO DE MIM

A minha vida vivo abrindo trilhas.

Muito estreitas picadas de ir-e-vir

Apenas para a mata as consumir,

A me esconder buracos e armadilhas.

Se a solidão me nega já partilhas

N’ela me refugio sem devir...

Eu paro para mais nada descobrir,

Depois de caminhar milhas e milhas.

Às vezes, não sou nada nem ninguém...

Sim parte da Natura a qual me entrego

Atravessando as serras mais além.

A minha vida vivo abrindo caminho

De me perder em mim, onde me nego

Em busca de quem sou tão-só sozinho.

Santa Bárbara – 08 08 1996