Soneto a Abel

Amei-te tanto, irmão! Por tanto amar

A ti, que de mim foi melhor metade,

Lamento a pena injusta da vaidade

Do Senhor que acabou com nosso lar.

Borrego me ofertaste em caridade

Quando Ele indeferiu meu bom pomar.

Esta oblata negou tal Divindade,

Deitaste-te, sereno, sobre o altar.

Teu fumo aos céus subiu, serpente escura,

Deles desceu dourado raio claro,

Abraçou-me e beijou-me Gabriel:

"Amém! Amém! Mataste uma alma pura,

Ofereceste ao Pai teu bem mais caro,

E nunca hás de subir com ele ao céu!"

Felipe Tavares Teixeira
Enviado por Felipe Tavares Teixeira em 21/11/2016
Reeditado em 21/11/2016
Código do texto: T5830302
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