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A ENSEADA [724]
 


 
Das divas essa frincha embaciada,
essa nesga que se lhes cai no peito,
a ela eu vou chamá-la de enseada
e à qual deveras amo com respeito.
 

Esculpido com arte e muito a jeito,
o vau das dunas da mulher amada,
visto por um olhar que seja afeito,
é sempre a região demais sagrada.
 

Como o raio de sol por sobre os rios,
teu patamar do colo que se inclina
resulta n’arte chã que me fascina.  
 

Teu pedestal me esbanja calafrios!
Pelos teus níveos seios enjaulada,
de ti, a mais esplêndida alvorada.
 

Fort., 21/11/2015.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 21/11/2016
Reeditado em 22/11/2016
Código do texto: T5830239
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