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ADEUS, JAMAIS!  [723]
 


 
Sei que dizer-te adeus não vou, jamais,
e a mim também não o dirás, suponho,
que demais nos amamos, não em sonho,
porém aos sons bizarros dos teus ais.
 

À tua ausência, já não me componho,
vou ao nonsense e não suporto mais;
perco o meu tino, fico sem meus sais,
e tão mais triste e menos que risonho.
 

Por entre beijos, quiproquós insanos,
tu me moraste sempre, sempre, à íris,
e vais estar-me até aos mais dos anos.
 

Dizer-te adeus é já perder-me a graça:
eu sei, deveras, que, se me omitires,
teu imo sem pensar em mim não passa.

 

Fort., 20/11/2016.

 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 20/11/2016
Reeditado em 20/11/2016
Código do texto: T5829295
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