SAUDADE OU CIÚME?

Tua amizade!? – me perdoa- é quase ofensa,

a tanto amor que te devoto em grau supremo!

Não quero, prefiro até mesmo a indiferença,

Pois, sentindo este amor, da amizade blasfemo!

Que desproposito! Que enorme diferença!

É que meu corpo ao ver teu corpo vibra e treme,

e se em tu! alma esta amizade se condensa,

ela, em Minh! Alma, se desmancha, chora e geme!

Portanto não quero este céu de noite escura!

Antes a dor desta verdade, desta agrura,

do que este fogo enganador de negro lume!

Não! Jamais de ti vou querer esta amizade!

Antes, condenado a viver de uma saudade,

a sofrer no braseiro infernal do ciúme!

09.10.1998

Nelson de Medeiros

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 09/10/2005
Reeditado em 08/10/2024
Código do texto: T58259
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