ANGELUS
ANGELUS
Anjo que me guardaste, bem ou não,
Uma outra vez me encontras tu magoado...
Já por males d'amor me vês prostrado;
De vez desenganado o coração.
Desces a meu inferno na intenção
De dar o lenitivo a este coitado.
Contudo, baldo é; porque mesmo errado
Amo o erro a que não quis dar correção.
Mea culpa; meu pecado... Pois, queria!
Afasta-te que em tais trevas existe
Dor que até tua luz ocultaria!!!
Deixa-me à soledade em que me viste!...
Volve, meu anjo, à mais santa alegria,
Antes que tu comigo vivas triste.
Betim - 30 05 1996