Estrela
Edir Pina de Barros

Da vida, bem fugaz e impermanente,
ninguém carrega as coisas que é terra,
pois quando caí o pano e tudo encerra,
um ente sai de cena, de repente.
 
Mas ficará, talvez, em muita gente,
em todo canto, em cada pé de serra,
saudade que maltrata, grita e berra,
daquele que se foi, tornou-se ausente.
 
E logo ascende aos céus, se torna estrela,
e todos, cá da terra, podem vê-la
a rutilar, serena, no infinito.
 
Cumpramos, pois, em paz nossa jornada,
que a vida é eterna noite estrelejada,
viver é sonho, nada mais que um rito.
 
Brasília, 14 de Novembro de 2016.
 
Tela: Vincent van Gogh
Caixa de Pandora, pg. 34
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/11/2016
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T5823066
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