SILÊNCIO DO POETA...
Tardou na caminhada pela dor
Deixou-se abater inutilmente...
Aquela triste pena do escrevente
Escreve como se fosse um apagador...
Em apagando, o sentimento ausente,
No estranhamento, a alma num torpor
Desintegrando o mundo exterior
Estaria só no último poente?...
E levantou-se ainda cambaleante
Igual ao bêbado do mel amante
Que já não tinha mais o chão e o céu...
E a sua língua se calou eterna
Qual fosse um eco mudo de cisterna
E o mundo fosse a torre de babel...
Autor: André Luiz Pinheiro
13/11/2016