UM QUARTO E UMA MEIA

UM QUARTO E UMA MEIA

Tua meia esquecida no meu quarto.

Olho no relógio: É meia noite e meia...

E já é outra a noite e a lua cheia

De cujo recordar jamais me farto.

O perfume, já por meio e um quarto,

É teu cheiro pelo ar que me permeia...

Dilata-se a pupila; estufa a veia;

De novo para aquela noite eu parto.

Brilho da lua em só noite de quarta...

Assim ora escureço; ora clareio

Para ti cada poema, foto ou carta.

No fim das contas, perco-me no enleio:

Dividido por zero ou posto à quarta?...

Será ser nada ser um par ao meio?

Betim - 22 12 2010