SENHORA E DONA
SENHORA E DONA
Só faz de humano macho seu capacho
Aquela muito dona por mandona.
Rainha que ao coração d'alguém se entrona
N'um olhar verde gaio, mechas em cacho...
De quando em quando solta um esculacho
E o outro sua que nem em maratona,
Passado o tempo certo, ela o abandona,
Quiçá ainda mais bonita, eu acho...
E tudo se passou d'essa maneira:
Quem, entre interessada e interessante,
Se preferiu, por fim, interesseira.
Certo apenas que o Fado é inconstante,
Não foi a última e nem foi a primeira
Que uma Senhora e Dona fez-se amante.
Betim - 20 10 2010